São Charbel nasceu no seio da Igreja Maronita, uma das vinte e três igrejas orientais de direito próprio que, em plena comunhão com o Igreja de Roma, compõem com ela a riqueza da Santa Igreja Católica no mundo. Descende de uma das igrejas mais antigas, a de Antioquia, fundada pelo próprio apóstolo Simão Pedro. O nome Maronita advém de São Marun, Santo Padre do século IV, amigo de São João Crisóstomo e correspondente de Santo Agostinho, evangelizou a antiga Fenícia. São Charbel, nascido Youssef Makhlouf, viveu no século XIX. Foi monge, sacerdote e enfim eremita dentro da Ordem Libanesa Maronita, uma das tantas dentro da Igreja Maronita que vivem e preservam os ensinamentos monásticos de séculos. Viveu casto, pobre, humilde e obediente. Passou a vida em silêncio: nada falou, nada escreveu. Apenas viveu, em sua carne e em seu espírito, a vida divina que Jesus conquistou para legar a nós; mas o santo do silêncio, quando levou a cabo sua caminhada terrestre, fez seu silêncio ecoar nos corações, e hoje atende às preces de fiéis do mundo inteiro, e foram os muitos os milagres que circundaram o seu corpo, incorrupto até o dia de sua canonização, e muitas as curas que se registraram. Esta biografia do solitário de Annaya — a única aprovada por sua Ordem — nos faz viajar em imaginação pelo Vale Santo e pelas montanhas do Líbano, onde o perfume do incenso há tanto tempo se mistura com o canto dos monges; mas mais que isso: ajuda-nos a conhecer e a imitar este grande santo moderno, este verdadeiro cedro de Deus.