É no que escreveram sobre as paixões que melhor se vê como era defeituosa a ciência dos antigos. Porque embora seja um assunto cujo conhecimento foi sempre muito procurado; e que não é dos mais difíceis, pois cada qual, sentindo-as em si, não precisa de recorrer às observações dos outros para lhes descobrir a natureza — todavia o que os antigos delas ensinaram é tão pouca coisa, e na maior parte dos casos tão pouco aceitável, que não posso ter qualquer esperança de me aproximar da verdade senão desviando-me do caminho que eles trilharam.
Ver-me-ei pois obrigado a escrever aqui como se tratasse dum assunto nunca abordado antes de mim. E para começar, considero que tudo o que se faz ou acontece de novo, é geralmente chamado pelos filósofos uma paixão em relação ao sujeito a quem acontece, e uma ação em relação a quem o provoca. De maneira que, embora o agente e o paciente sejam muitas vezes muito diferentes, a ação e a paixão não deixam nunca de ser sempre uma mesma coisa com dois nomes, em virtude dos dois sujeitos diferentes com quem a podemos relacionar.
Ficha Técnica:ISBN: 9786587495729
Editora: Edições Livre
Dimensões: 16.00 x 23.00 cm
Edição: 1
Idioma: Português
Páginas: 256
Encadernação: Brochura
Com zíper: Não
Idade mínima: 0
Idade máxima: 99